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Mania de rodízio

Pedro Marques

26/04/2019 17h31

Coxinha de cordeiro, umas das mais de 60 versões do quitute preparadas pela Santa Coxinha (crédito: Divulgação)

Brasileiro tem fixação por rodízio. Por um lado, é compreensível: foi no Rio Grande do Sul, na década de 1960, que nasceu o pai de todos os rodízios, o espeto corrido, no qual os garçons levam à mesa as carnes recém saídas da churrasqueira. Dali, se espalhou para as estradas de todo o país.

No começo dos anos 90, minha mãe, meu pai, minha irmã e eu costumávamos viajar de carro para Campo Grande (MS) para passar Natal e Ano Novo com uma parta da família. E uma parada que até hoje guardo na memória é a de uma churrascaria de beira de estrada que servia um rodízio simples mas bem gostoso (pelo menos eu achava). Foi lá que comi cupim pela primeira vez.

Apesar de muito parecido com o sistema "all you can eat", que nasceu nos Estados Unidos, o rodízio brasileiro tem uma particularidade, de se comer aos poucos, como nos churrascos feitos em casa. Um pedacinho de linguiça aqui, um pedacinho de fraldinha, mais outro de picanha e costela para finalizar. Pronto, você está se sentindo como um balão prestes a explodir.

Só que, de uns tempos para cá, tudo virou ensejo para rodízio: pizza, comida japonesa, hambúrguer, pastel… O último item a ganhar um rodízio para chamar de seu foi a coxinha.

Quem está apostando na moda é a lanchonete Santa Coxinha, na Vila Zelina, que produz o quitute com mais de 60 tipos de recheio. Tem desde a tradicional, com frango, até outras recheadas com salmão ou com cordeiro. Por R$ 49,90, são servidas 13 variedades salgadas e uma doce (que podem mudar de acordo com o dia). Água e refrigerante estão incluídos, para ajudar a descer digerir tudo o que você comer.

Acho a ideia bem bacana, pelo menos como ferramenta de marketing. Já os rodízios, em geral, não me despertam tanta paixão quanto antes. O motivo é que, na maioria das vezes, o barato sai "caro". Em termos de quantidade, ok. A qualidade e a experiência, porém, não são assim tão sensacionais quanto em um restaurante à la carte.

NB Steak, corte  servido na rede de mesmo nome e que tem três unidades em São Paulo (crédito: Divulgação)

Claro, existem lugares que fogem à regra, e cobram mais por isso. No caso das churrascarias, recomendo a NB Steak, com três unidades em São Paulo. Em vez do buffet de saladas, você escolhe uma entre sete opções e se concentra nas carnes, que são ótimas. Custa R$ 145 por cabeça, sem bebidas, mas vale cada centavo.

No caso dos rodízios japoneses, prefiro os com preços intermediários. Um que vou eventualmente é o Kai Sushi, na Lapa. Por R$ 78,50 (jantar e fim de semana), tem todos os pratos tradicionais (guiozá, tempurá, temaki, sushi e sashimi), com opções de camarão, ovas de peixe e frutos do mar. Como já escrevi aqui, não é a mesma coisa que sentar em um bom restaurante de sushi. Mas dá para ser bem feliz.

10 Pastéis
Onde: Rua dos Pinheiros, 735, Pinheiros
http://10pasteis.com.br/

Kai Sushi
Onde: Rua Pio XI, 228, Alto da Lapa
http://kaisushi.com.br/

NB Steak
Onde: Avenida Faria Lima, 140, Pinheiros
http://www.nbsteak.com.br/

Santa Coxinha
Onde: Praça República Lituana, 73, Vila Zelina
http://www.santacoxinha.com.br/

Sobre o autor

Pedro Marques já trabalhou em redações e restaurantes, viajou bastante pelo Brasil e pelo mundo para comer e beber bem e trabalha como jornalista de gastronomia desde 2010.

Sobre o blog

Aqui você fica sabendo sobre as coisas mais “daora” dos bares e restaurantes de São Paulo! E outras nem tão daora assim.

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