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O pai do poke

Pedro Marques

11/01/2019 13h13

O tirashisuzhi do Honkê, no Pacaembu (crédito: Divulgação)

As temperaturas influenciam muito nas nossas escolhas à mesa. Calor pede salada; inverno pede pratos quentes, e por aí vai. E todo ano uma nova moda chega aos restaurantes. Neste começo de verão, o que se vê em vários restaurantes é o poke, prato havaiano que, em sua origem, leva peixes e/ou frutos do mar, como polvo, arroz de sushi (chamado de shari) e diferentes temperos e complementos. Com forte influência da cozinha japonesa, o poke costuma levar shoyu, cebolinha, óleo de gergelim, alga, ovas de peixe e wasabi.

O prato que tem ganhado os cardápios por aqui tem mais a ver com uma adaptação feita por casas de Nova York há alguns anos, que leva frutas (manga), legumes (pepino, tomate, edamame, etc.), castanhas (de caju, do Pará, etc.) e molhos variados. É uma combinação voltada não só para o verão, mas também para a galera fitness, já que o arroz comum pode ser trocado por arroz integral e até folhas.

Como faço parte da galera fatness, gosto mais do "pai do poke", o chirashi zushi ou tirashizushi, encontrando em restaurantes japoneses. O nome significa algo como "sushi espalhado" e está longe de ser um prato pesado, pelo contrário. Mas leva sempre arroz de sushi (que não é tão light) e peixes frescos variados. Outros complementos são algas, ovas de peixe, camarão, tamagô (omelete japonesa adocicada), fios de nabo, pepino fatiado e folhas como shissô.

Comparando com o poke, é um prato até mais delicado, já que não tem tantos molhos, legumes e castanhas – mas o arroz dá aquela sustança e o eleva a categoria de refeição completa. Os melhores são feitos com uma grande variedade de peixes frescos e só costumam ser servidos erm restaurantes mais tradicionais (não espere ver um tirashizushi no seu rodízio japa preferido).

O kaisen-ju servido no Aizomê, da chef Telma Shiraishi (crédito: Divulgação)

Entre os meus preferidos estão o Ban, do mestre Massanobu Haraguchi, e o do Mitsuyoshi, no Paraíso. Outras casas badaladas, como Honkê e Shin-Zushi, também servem o prato. Já a chef Telma Shiraishi, do Aizomê, eleito o melhor restaurante japonês de 2018 pelo júri da revista O Melhor de São Paulo (editada pela Folha de S. Paulo, que pertence ao mesmo grupo do UOL), serve o kaisen-ju, que é bem parecido.

Seleção de peixes do tirashi do Shin-Zushi (crédito: Divulgação)

O preço é mais alto: um bom tirashi custa em média R$ 70, podendo chegar a mais de R$ 100 em alguns restaurantes. A justificativa é a matéria-prima de alta qualidade. Enquanto o poke é feito quase num esquema de fast food, o tirashizushi é um prato elaborado, feito para ser apreciado devagar. Prove os dois, e depois diga aqui o que achou!

Aizomê
www.aizome.com.br

Ban
Onde: Rua Thomaz Gonzaga, 20, Liberdade
Telefone: (11) 3341-7749

Honkê
honke.com.br

Shin-Zushi
shinzushi.com.br

Sobre o autor

Pedro Marques já trabalhou em redações e restaurantes, viajou bastante pelo Brasil e pelo mundo para comer e beber bem e trabalha como jornalista de gastronomia desde 2010.

Sobre o blog

Aqui você fica sabendo sobre as coisas mais “daora” dos bares e restaurantes de São Paulo! E outras nem tão daora assim.

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