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Negroni, 100 anos

Pedro Marques

19/02/2019 16h56

Reza a lenda que o Negroni foi inventado há 100 anos, em Florença (crédito: Divulgação)

É com uma grande festa no bar Riviera (São Paulo) que a Campari começa, hoje, a celebrar os 100 anos de um dos drinques mais icônicos da coquetelaria, o Negroni. Reza a lenda que ele foi criado em Florença em 1919, pelo barman Fosco Scarselli, a pedido do conde Camillo Negroni.

Apreciador do Americano (feito com Campari, vermute tinto e club soda), um dia o conde pediu uma coisa "mais forte". Para agradar ao nobre cliente, Scarselli trocou a água com gás por gim e assim surgiu a lenda – que não é comprovada, mas se tornou popularmente aceita.

Além da festa, estão planejadas várias ações aproveitando o centenário do coquetel. A mais importante, sem dúvida, é a próxima edição da Negroni Week, agendada para meados deste ano e que deve ter mais de 100 bares só no Brasil, o dobro da edição passada.

"É um drinque importantíssimo. Principalmente por ter feito com que as pessoas abandonassem seus medos pelo sabor amargo, tão importante na gastronomia", afirma Gunter Sarfert, consultor de bares e responsável por criar os coquetéis servidos no Caracol, bar na Santa Cecília.

Variações do drinque não faltam, como o Negroni Sbagliato, que leva espumante branco ou o Boulevardier, com bourbon no lugar do gim. Recentemente, bartenders estão mudando ligeiramente a receita original. Alexandre D'Agostino, um dos melhores barmen em atividade, por exemplo, faz no seu Apothek uma versão que também leva jerez (vinho licoroso espanhol).

Para Sarfert, um dos motivos de o Negroni ter sobrevivido por tanto tempo é a facilidade de se preparar um: basta misturar partes iguais de gim, vermute e Campari em um copo baixo com gelo e pronto.

Outra explicação é o renascimento da coquetelaria, que passou a ser cada vez mais valorizada não só entre os apreciadores de bons drinques, mas dentro do universo gastronômico como um todo. "Há alguns anos, era impossível pedir um drinque desses num bar convencional", opina o consultor.

No meu caso, apreciador confesso do drinque mesmo no verão, aposto em mais um motivo: clássicos envelhecem, mas não morrem – como um bom carbonara ou um tutu de feijão. Eles podem até sair de moda por um tempo. Até alguém talentoso fazer algo diferente, e delicioso, com eles.

Apothek
https://www.apothekcocktails.com/

Caracol
Onde: Rua Jaguaribe, 76, Santa Cecília
Telefone: (11) 4117-9877

Sobre o autor

Pedro Marques já trabalhou em redações e restaurantes, viajou bastante pelo Brasil e pelo mundo para comer e beber bem e trabalha como jornalista de gastronomia desde 2010.

Sobre o blog

Aqui você fica sabendo sobre as coisas mais “daora” dos bares e restaurantes de São Paulo! E outras nem tão daora assim.

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