O que é a gastronomia de bairro?
Pedro Marques
08/02/2019 15h17
Um dos carros-chefe do restaurante Quibebe, no Tatuapé, é a costelinha de porco assada com quibebe (crédito: Victor Bakos)
Por causa do mapa gastronômico de São Paulo que publiquei há duas semanas, algumas pessoas me questionaram o porquê de não ter citado bares e restaurantes de grandes bairros como Moema, Santana e Tatuapé. Longe de mim querer desmerecer esses lugares tão queridos, mas o que acontece é que, ao contrário de outros bairros da capital, as ofertas são tão variadas que não é possível encaixá-los em nenhuma categoria.
Lembro de uma conversa que tive faz um tempo com o consultor de negócios e franchising Paulo Ancona. Na ocasião, ele me explicou que esses bairros têm um perfil mais conservador. Essa característica faz com que os estabelecimentos abertos por lá tenham ofertas mais "normais" ou que já se provaram populares em outras regiões da cidade. Nomes como Bráz, Coco Bambu, Pecorino e Outback estão presentes nesses bairros e fazem bastante sucesso.
O imponente salão do Nōsu, em Santana (crédito: Divulgação)
Mas há, com certeza, lugares interessantes e com propostas mais autorais por lá – só que em menor quantidade. Por exemplo: um dos restaurantes japoneses mais bacanas que fui nos últimos tempos está em Santana. Com fachada e salão imponente, que usa bambu para criar um visual de noz, o Nōsu não tem rodízio e aposta na variedade de peixes, como carapau, serra e buri e cortes como barriga de salmão e povo trufado.
No Tatuapé, o chef Gustavo Rodrigues, que passou por casas como o Remanso do Bosque (Belém) e o extinto D'Olivino (SP), comanda o Quibebe, onde prepara receitas brasileiras com um toque autoral – entre elas, a costelinha de porco assada com quibebe, carne seca em natas com batata e queijo coalho e rabada com agrião e mil folhas de mandioca.
Moema, por sua vez, recebeu o primeiro restaurante vietnamita de São Paulo, o Miss Saigon, que tem em seu cardápio clássicos do país asiático como os rolinhos primavera (fritos ou frescos) e o pho (macarrão de arroz servido com caldo super aromático de carne, legumes e verduras). Também é lá que está o Windhuk, casa tradiça de comida alemã, aberta em 1948.
Por suposto, há vários outros bons lugares nesses bairros (e em outros) que deixei de mencionar aqui. Prometo que falo deles em outros textos – e dicas são sempre bem vindas! 🙂
Miss Saigon
www.misssaigon.com.br
Nōsu
www.nosu.com.br
Quibebe
www.quibebe.com.br
Windhuk
www.windhuk.com.br
Sobre o autor
Pedro Marques já trabalhou em redações e restaurantes, viajou bastante pelo Brasil e pelo mundo para comer e beber bem e trabalha como jornalista de gastronomia desde 2010.
Sobre o blog
Aqui você fica sabendo sobre as coisas mais “daora” dos bares e restaurantes de São Paulo! E outras nem tão daora assim.